sábado, 29 de março de 2014

Parte 14


- Então Luan, é o que cê vai querer comer? – Sim quis cortar o assunto e fui pra cozinha
- Ah o que tem de bom ai? – Ele veio atrás de mim.
- Ah sei lá, tem um monte do coisa, me fala o que você quer comer e eu faço.
- Nossa moça prendada.
- Tinha que ser né, morei no mato minha vida toda, aprendi a cozinhar.
- No mato? – Ele ria sem parar.
- Mato é o modo de dizer, morei em fazenda.
- Sasinhora que chique. Sabe fazer pão de queijo, frango com quiabo?
- Claro que sei.
- Então vou querer isso. – Ele se sentou na cadeira.
- Beleza eu faço, mas se cê ficar igual uma planta ai e não me ajudar faço nada.
- Tá tá eu ajudo.

Ele começou a me ajudar a fazer o jantar, afinal já passava das 19 horas. Ia pedindo pra ele as coisas e ele ia fazendo, já parecíamos tão íntimos em tão pouco tempo de conversa.

- Nossa Lu, cê é bom na cozinha.
- Tá Cat, agora quer dizer que picar esses trem aqui é ser bom em cozinha?
- Já é um começo uai.
- Cê que é fera nesses trem, esse cheiro tá tão bom, tá me dando mais fome. Vai demorar muito?
- Deixa de ser guloso homem hahaha. Tá quase pronto. Arruma a mesa pra mim?
- Arrumo ué, onde tá os pratos, garfo, faca?
- Os pratos tá ai no armário de cima.
- Esse?
- Sim, e os garfos e facas na primeira gaveta do lado esquerdo do balcão do armário.
- Beleza achei.

Ele ia arrumando a mesa com aquele jeitinho desengonçado dele, mas arrumou certinho. A comida já estava pronta e Luan parecia que não comia a uma semana pela cara que ele fazia. Servi pra mim e pra ele, e ele como um leão faminto começou  a comer.

- Luan assim cê engasga homi. Calma.
- É que isso tá muito bom.
- Fala de boca vazia, que mania feia.
- Tá tá desculpa, mas tá muito gostoso. Comendo da sua comida ai eu me apaixono.

Acabei levando as palavras dele na brincadeira. Sim, eu acho que talvez eu não quisesse aceitar que ele queria ficar comigo. Não queria ser apenas mais um de seus passatempos.

- Bom eu já acabei Luan.
- Eu quero mais.
- Por isso que é essa baleia em forma de gente.
- A culpa não é minha se cê cozinha bem trem.
- Tá bom, come menino.

Fiquei ali apreciando ele comer. Mas até o jeito dele pegar no garfo e levar a comida à boca me encantava.

- Ai to cheio.
- Também depois de pratos de comida, se não estivesse seria estranho.
- E meu pão de queijo?
- Luan engole o frango com quiabo primeiro direito, depois pensa no pão de queijo.
- Nossa que muié chata.
- Tá bom, obrigada pelo elogio, agora me ajuda a arrumar senão não boto os pães de queijo pra assar.
- Mas já tá pronto?
- Sempre tem pronto aqui em casa.

Eu e ele fomos arrumando tudo, nós mais bagunçávamos que arrumávamos a cozinha. Com custo e muita mais bagunça que arrumação terminamos. Ele capotou no meu sofá, parecia que ele estava na casa dele, deitou, ligou a TV.

- Esse sofá seu é bão hein.
- Cê acha? – Me sentei no outro.
- Mas iria fica melhor com cê sentada nele comigo e não nesse ai.
- Mas com você ocupando ele todo tem como?
- Eu te dou espaço.

Ele se sentou e eu fui sentar perto dele. Assim que me sentei ele colocou a mão pela minha cintura e ia me puxando pro beijo.

- Luan para.
- Por que? Agora eu to solteiro nada impede a gente de ficar. – Ele se aproximou de mim novamente, mas eu me levantei.
- Luan já disse que de você quero só amizade, por favor não força. Eu sai de um relacionamento tem uma semana, e nele sofri pra caramba, e ainda to sofrendo não vou negar. Não to querendo ficar com homem nenhum ultimamente, quero apenas esvaziar minha mente sobre tudo.
- Mas Cat. – Ele se levantou e voltou a se aproximar de mim.
- Luan já disse que não – Me afastei dele. – Se for pra você ficar insistindo é melhor você ir embora.



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