segunda-feira, 17 de março de 2014

Parte 9


                Aquilo pra mim era muito surreal. Quando comecei a ser fã do Luan confesso que queria casar com ele, ter filhos, mas isso mudou com o tempo. Tive dois namorados em meus cinco anos como fã e passei simplesmente a querer ser amiga dele, poder trocar sms, um ligar pro outro quando não estiver bem, for o colo amigo dele pra ele chorar, ser a pessoa pras horas certas e incertas dele, ser quem sabe sua melhor amiga. Um turbilhão de pensamentos e sentimentos me percorria. Era tão estranho tudo aquilo que estava vivendo. Da noite pro dia, conheço meu ídolo, ele pede pra ficar comigo e estava no mesmo quarto de hotel que ele. Sim achei que estava sonhando, mas não, era tudo tão real.

- Olha, vamos com calma, nos conhecemos tem nem 24 horas – dei uma risada subitamente – isso tudo pra mim tá sendo muito diferente.
- Diferente por quê? – Ele olhou-me meio bobo, talvez não entendesse o quis dizer.
- Pensa eu sou sua fã, vim pro hotel com você porque tomei um belo de chifre – Já falava quase soluçando, tinha um nó na minha garganta, confesso que o choro já estava quase saindo – acabei dormindo na mesma cama que você. Meu Deus é tudo muito diferente pra mim Luan.

               Não aguentei e acabei chorando. Ao ver no estado em que me encontrava, no impulso ele me abraçou forte. Aquele abraço acolhedor que sim, é capaz de espantar todos os medos. Naquele abraço encontrei uma força diferente, parecia ser um anjo que Deus enviou pra me acolher naquele momento.

- Calma meu anjo, não chora. Olha pra mim – Ele me soltou de seus braços, segurou em meu queixo, olhou bem no fundo dos meus olhos e com a mão dele que estava livre acariciou meu rosto. – Vai passar, vai ficar tudo bem tá me entendo. Ele fez isso com cê porque não te merecia.  Seu príncipe Deus já reservou.
- Cadê esse príncipe Luan? Me fala? Já tive dois namorados e todos os dois terminaram assim, no final eu chifruda. Sinceramente, acho que não sou merecedora do amor de ninguém.
- Não fala isso Cat, claro que você é você vai encontrar.

           Eu o abracei novamente, queria estar em seus braços, eles eram tão acolhedores, parecia que meu mundo parava ali. Meu telefone começou a tocar, porém não encontrava em lugar algum.

- Me ajuda a achar Luan, pode ser importante.
- Aqui Cat achei.
- Onde que tava?
- Dentro do meu nécessaire. Sinal que cê fuçou demais hein muié. – Ele ria da minha cara de boba. Tava morrendo de vergonha, como meu celular foi parar ali?
- Para de rir de mim e me dá. – Acabei rindo junto com ele, não resisti.
- Tá parei, toma. – Ele me entregou o celular – Posso confessar uma coisa pra você?
- Confessa vai.
- Ver cê parar de chorar e dar esse sorriso lindo pra mim é tão mágico sabia?
- Sabia.
- Ai que convencida meu Deus. – Ele me deu um abraço gostoso e forte que acabou me derrubando no sofá e ele caindo por cima de mim. Fiquei sem rumo, sem saber o que fazer.  Ele me olhava fixamente, aqueles olhos negros fixados a mim me deixou perdida. Minha fala sumiu por um instante, a dele parecia também ter sumido.
- Ai Luan sai de cima de mim. Cê é pesado homem. – Empurrei ele, foi a única coisa que sobe fazer. Mas ele era bem pesadinho e não consegui que ele saísse de cima de mim.
- Tá me chamando de gordo é? – Ele segurou firmes meus braços de um jeito que não consegui me soltar.
- To sim, agora sai de cima de mim sua baleia, preciso ver quem me ligou. – Ele ainda insistia em ficar em cima de mim – Anda Luan, levanta.
- Olha não sou gordo, sou gostoso é diferente. Me chama de gostoso que eu levanto de cima de você.
- Não chamo não, anda levanta vai, to ficando sem ar.
- Fala Catarina.
- Tá Luan cê é um gostosão, agora sai de cima de mim, quero respirar. – Ele levantou.
- Quem mandou ser desse tamaniquinho também. – Ele falou em um tom de risada.
- Olha Luan, não vou te responder porque preciso retornar minha ligação, agora fica calado e dá licença. – Nem falei séria porque ria da cara dele.

          Ele foi no banheiro enquanto retornei, era a Laís.

- Alô Lala. O que cê me ligou?
- Ô amis vai ficar a vida toda com o cantor ai? Eu to indo embora já, to na portaria do hotel te esperando, vem que a gente vai sair, vamos pra um churrasco na casa do Marcos e nem eu nem ele aceitamos não como resposta.
- Beleza, vou só lavar meu rosto e me despedir do Luan e já desço.
- Ok, te espero. Tchau
- Tchau.

           Desliguei o telefone e fui até a porta do banheiro chamar o Luan. Bato na porta e ele abre com uma toalha enrolada na cintura.

- Só não deixa esse trem cair. – Falei tampando os olhos e morrendo de vontade de rir.
- Tira essas mãos dos olhos palhaça – Ele tirou a minha mão do meu rosto – Vou deixar cair não. Agora fala o que foi?
- To indo embora.
- Mas já, toma café comigo? – Ele fez aquela cara de cachorro olhando frango de padaria que me encantou.
- Não posso Luan, a Lalá já tá me esperando pra gente ir pro churrasco.
- Essa Laís atrapalhando meus esquemas. – Ele apenas sussurrou.
- O que Luan?
- Nada, nada. – Ele desviou e eu continuei sem saber o que ele disse. – Mas churrasco onde?
- Na casa de... – Parei por um instante – Pera cê não tá muito curioso querendo saber da minha vida não trem? – Inclinei a cabeça e sorri pra ele.
- To mesmo, agora conta na casa de quem? – Ele franziu a testa. Nossa amava quando ele fazia isso.
- Do Marcos, um amigo meu. Satisfeito?
- Satisfeito. Mas queria que você tomasse café comigo. – Ele fez um biquinho que na hora confesso me deu vontade de beijar ele.
- Para de fazer essas caras de bocas – Eu sorri e ele sorriu comigo – Não dá mesmo Luan, desculpa. Quem sabe uma próxima. Deixa eu lavar meu rosto no seu banheiro, e me empresta uma escova de cabelo ou um pente por que isso aqui – peguei uma mexa do meu cabelo – tá horrível.
- Vai lá lavar, tem um pente ali na mesinha. E seu cabelo tá lindo.

           Fui lavar o rosto e pentear o cabelo, quando sai ele tava sentado na cama mexendo no meu celular e com o dele na outra mão.

- O que você perdeu ai mocinho. – Falei tomando meu celular dele.
- Quem mandou você não colocar senha? Tava passando uma foto sua pro meu celular e pegando seu número. E já salvei o meu número no seu também.
- Luan cê não vale nada – Dei um tapa no ombro dele – Pegando fotos minhas sem permissão.
-Foi só uma e a que tá de papel de parede, que por sinal é linda. E o tapa doeu.
- Era pra doer mesmo. – Acabamos rindo juntos da situação – Agora quero uma foto sua exclusiva, já que você tem uma minha.
- Tá vou tirar uma agora. – Ele tirou uma perfeita, franzindo a testa do jeito que eu gostava e enviou pro meu celular. – Satisfeita?
- Agora to, amei a foto. Amo quando cê franze a testa sabia?
- Amo quando cê me elogia. – Ele me puxou e me fez cair sobre ele na cama.
- Tá agora preciso ir. A Lalá deve tá doida.
- Tá bom, mas me promete uma coisa?
- O que?
- Vai no meu show hoje de novo?
- To sem ingresso amor, comprei só pra ontem.
- Cê me liga que mando irem te buscar. Só me promete que vai, por favor.
- Quem resiste a um pedido seu. Eu vou sim, mas vou levar a Lalá posso?
- Claro que pode.
- To indo, até mais tarde.
- Até.

            Abracei ele e fui em direção a porta pra ir embora. Era o sonho mais lindo talvez que eu estivesse vivendo. Conversava com ele tão intimamente que parecia ser coisa de outro mundo.



E ai o que acharam desse hein? 



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